quarta-feira, 31 de março de 2010

Vida - Ouro de Tolo

Grande Raul Seixas, me inspirando...

"Eu devia estar feliz por ter conseguido tudo o que eu quis, mas confesso, abestalhado, que eu estou decepcionado; Por que foi tão fácil conseguir, e agora eu me pergunto "e daí?".. Eu tenho uma porção de coisas grandes para conquistar e eu não posso ficar aí parado".

Por mais que eu consiga tudo o que eu quero hoje, a sensação de que falta alguma coisa, sempre vai me perseguir. Não há tempo para se conseguir tudo o que se pode! Não há tempo de conseguir tudo o que se poderia querer. Não para mim, pelo menos. O mundo é grande de mais, cheio de coisas de mais, e é um absurdo que não tenhamos "tempo" de conquista-las. Isso por que temos que perder "tempo" com rotinas, dinheiro, sobrevivência.
Sobreviver. Pra que? Pra procriar, perpetuar a espécie, fazer dinheiro, ser mais um na multidão? Não, pra mim isso não basta. O capitalismo pode muito bem sobreviver sem mim, e mesmo que não pudesse, eu não daria a mínima. Não é por dinheiro que devemos viver, que devemos suar, que devemos perder "tempo". Sim, perder. Pois tempo é um bem precioso de mais para ser desperdiçado com esse tipo de coisa. Não, devemos suar e perder tempo fazendo o que realmente vale a pena, o que acrescenta alguma coisa a nossa alma.
Deveriamos aproveitar cada minuto "conquistando o mundo". Que graça tem a vida se vc pensar que vive num lugar tão cheio de mistérios, sabedorias, belezas, e vc não conheceu nada disso? Garanto que terei uma morte muito amargurada se eu tiver tempo pra pensar no que eu poderia ter feito e não fiz.
Não quero mais do que o que eu preciso. Não preciso de mais do que o que eu quero. O suficiente basta. E ai, conquistarei o mundo, ao meu modo. Quero conhecer lugares, aprender coisas, conhecer culturas, gostos, cheiros... Descobrir discos voadores! Aproveitar o pouco tempo que tenho nesta vida. Gostaria de poder fazer isso nesta vida. E talvez na próxima eu esteja mais conformada.
Costumo pensar que existem dois tipos de pessoas: As que vivem, e as que simplesmente existem. As que vivem são as que realmente aproveitam o sem tempo na terra, fazem aventudas, tomam conhecimento, acrescentam significado a sua vida. As que existem são o "mais um na multidão", mais alguém para contribuir com a roda do capitalismo, que tem opiniões simples, que vivem na rotina e não fazem nada que acrescente a sua existencia, só fazem o que é "da lei", nascer, crescer, reproduzir, morrer. Nesse caso, seria o simples fato de sobreviver, o ouro de tolo? Enfim... Talvez sejam os tipos de alma. Almas que sempre voltam e conquistam mais, e almas que são descartaveis, pra ocupar os corpos que nascem em numeros maiores que a quantidade de almas disponiveis em algum lugar. Posso acreditar nisso. Talvez então eu seja uma alma desesperada por que talvez não possa retornar novamente? Não sei. Sei que jamais conseguiria apenas existir, por mais que pareça as vezes que é isso que eu faço. Não da... "É você olhar no espelho e se sentir um grandissíssimo idiota, saber que é um humano ridículo e limitado que só usa 10% de sua cabeça animal"... não da...
Infelizmente, hoje, para muito do que eu vou querer conquistar, eu precisarei de dinheiro. E eu vivo nesse dilema: pra fazer o que eu quero, preciso de dinheiro; Para conseguir dinheiro, eu preciso trabalhar; Se eu trabalho, eu não tenho tempo de fazer o que eu quer; Se eu faço o que eu quero, eu não trabalho, e se eu não trabalho, eu não ganho dinheiro, e se eu não tenho dinheiro, eu não posso fazer o que eu quero. Tenho que aproveitar o que me resta das 24h que tenho no meu dia. Mas resta tão pouco, contando que eu tenha que descansar. Deveriamos carregar as energias comendo, e não precisar dormir. Não existiriam camas, e não precisariamos arruma-las. Mas enfim, não cabe a mim mudar isto...
Após conseguir tudo o que preciso, jamais ficarei parada. Nem agora posso ficar parada. Pode ser tão fácil conseguir, e daí? Daí vou conquistar as coisas grandes que devo conquistar, que ja devo começar a conquistar hoje, sempre que possível, a cada oportunidade, a cada momento! Aprender com cada passo dado ou palavra dita, pensada, proferida. Viver cada momento... por que "Eu é que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar".

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